Vacinas salvam vidas
1 -- Minha mãe se vacinou e eu fiquei emocionada. Bordado. Zé Gotinha. Jacarés.
Minha mãe tomou a primeira dose no final de março, a segunda em abril e agora está totalmente imunizada. Eu ainda não tomei a primeira, mas sei que ela está cada vez mais perto. Aqui em Recife, a idade baixou para 31, e eu fiz 30 em abril. Isso de ter chegado nos 30 anos é uma história pra outro dia, mas eu com certeza estarei na próxima faixa de vacinação.
No ano passado, eu não acreditava que a vacina ficaria pronta tão rápido, em menos de um ano. Com o passar dos meses, vendo a correria dos laboratórios do mundo inteiro pra desenvolver a vacina pra doença dessa pandemia, eu passei a acreditar muito e esperar ansiosa. Mudei o nome do wifi pra "Vem vacina!" na casa da minha mãe, quando fui passar as festas de fim de ano e o mês de janeiro com ela - a primeira vez que nos vimos em 2020 desde a pandemia. Pra me preparar pra vacinação, já tenho a camiseta (CIÊNCIA, EDUCAÇÃO, VACINA & FORA BOLSONARO), aprendi a fazer crochê, fiz um Zé Gotinha de amigurumi (obrigada pelas aulinhas, tia Jac!) e já estou com o bracinho descoberto. Só falta imprimir o comprovante de residência.
Fui deixar um presente de aniversário na portaria da casa de uma amiga e na volta passei no Parque Santana, onde vou pra andar de patins de vez em quando nas minhas folgas. Era terça-feira 18h, e minha expectativa era de encontrar o parque meio vazio, talvez até livre pra patinar (os patins estavam na mochila por via das dúvidas). Estava cheio de gente como da vez que eu tentei ir no domingo. É estranho encontrar aglomerações nas atuais circunstâncias. Por um lado, me dá uma nostalgia de estar no meio daquela gente toda, sentar na grama com calma, estender uma canga, tirar o patins da bolsa, me enturmar, ou estar em turma. O skate park estava lotado de crianças andando de skate, patinete… Deu uma vontade danada. Por outro lado, é surreal pensar que as pessoas estão confortáveis ali. Eu quero muito me vacinar logo, o quanto antes, mas também sei que vou esperar os casos zerarem (ou quase isso) pra voltar a essa coletividade. Pra entregar o presente da minha amiga em mãos. Pra convidar outra amiga pra ir patinar junto. Pra viajar a passeio.
No momento, minha vida se resume a meu trabalho, meus passatempos e atividade física. A minha lista de passatempos só cresceu na pandemia: voltei a ver animes como há anos não via, tô aprendendo crochê, voltei a desenhar com frequência, comecei a andar de patins. Já que a vida social reduziu, eu me voltei pras coisas que eu gosto de fazer sozinha. Bordei umas toalhinhas, fiz um Zé Gotinha e uma lagarta em amigurumi, tenho rabiscado no meu caderno de rascunhos. Nem sei direito mais do que eu sinto saudade, não penso nisso. Agora, escrevendo isso, me vieram algumas ideias de saudade à mente. Mas vamos deixar isso quieto. Nesse momento, o melhor a fazer é viver um dia de cada vez.
Entre o dia que eu escrevi esse texto e o dia de enviar a cartinha para vocês, eu me vacinei! A minha idade abriu na sexta à noite aqui em Recife (28+), eu me cadastrei imediatamente, imprimi o comprovante de residência e vacinei sábado de manhã (ontem). A emoção é indescritível. Alívio com esperança com alegria com dor. Chorei. Eu já chorava com os outros, comigo não ia ser diferente. A enfermeira perguntou se o choro era de dor ou de emoção. Não era dor pela picada, era um monte de emoção junta. Tô muito feliz de agora fazer parte desse pacto de saúde coletiva. E absolutamente adorei a coincidência de vacinar justo quando tô mandando esse quadrinho sobre vacina.
Entre outras novas, a Cabelo-nuvem mudou de casa! Todo o arquivo da temporada anterior está disponível no Tinyletter, com uma seleção no meu site de algumas histórias (não necessariamente minhas favoritas, adoro todas, até as que envelheceram). Nessa nova plataforma, vocês podem curtir as edições, comentar, e me responder por email como já costumam fazer. Fiz uns testes e tô curtindo. Acho que vamos nos dar bem, a plataforma e eu. Vem comigo?
Vacinas salvam vidas
Parabéns,Janaína. Conheço sua mãe há algum tempo. No último sábado (31/7),ela me contou essa história. Também leve o meu ZéGotinha e minha JacaréCuca para minha primeira dose. Na segunda foi um cartaz,claro que tinha uma #forabolsonarogenocida!
Está lindo, Janaína. Gostei muito. Espero que continue!