Meus passatempos favoritos
5 -- Desenho, bordado, crochê, patins. Existe passatempos demais?
No ano passado eu recorri intensamente aos meus passatempos para ignorar algumas feridas e tudo o mais que estava acontecendo. Todo tempo livre eu encaixava alguma coisa. Ainda não podíamos sair muito de casa, então bordei, aprendi crochê, patinei, cozinhei, desenhei. Como eu disse, sou viciada em passatempos. Fazer o que eu gosto de fazer pra ignorar um problema maior é jogo fácil.
Às vezes eu fico ansiosa para acabar um bordado ou terminar um projeto de crochê, mesmo sem um prazo fixo. Ou fico querendo fazer bem mais coisas do que eu consigo. Quero encaixar o máximo de lazer possível no pouco tempo livre que tenho… pra ver se compensa o resto do dia. Tento me enganar, me entupir de lazer não adianta. Quando percebi que o alívio que essas atividades estavam me dando era mais imediato do que duradouro, fui obrigada a maneirar, olhar um pouco pra dentro de mim e respirar fundo. Claro que a raiz do problema é o capitalismo que não me deixa ter o tempo que eu queria ter pros meus passatempos.
Começar a fazer O Caminho do Artista no final de 2021 foi uma escolha natural, depois que vi algumas pessoas que sigo fazendo e já tinha curiosidade de ler esse livro. Hoje estou terminando a última semana da oficina que a Julia Cameron propõe. A oficina, organizada em um livro com 12 semanas de exercícios e encontros, promete desbloquear a sua criatividade. A minha durou bem mais do que isso, porque algumas semanas eu precisei esticar. O fim dessa jornada culminar com o envio desse quadrinho, que fala tanto da minha experiência como artista mesmo sem usar a palavra arte, parece uma coincidência feliz, mas vem mais como um resultado do que eu investiguei nessas semanas todas.
No capítulo da Semana 12 teve um trecho que eu li e sorri, pensando nesse quadrinho que eu estava terminando de desenhar:
“Benefícios espirituais acompanham a prática de um hobby. Há uma entrega à humildade em se fazer algo quase mecanicamente. Quando praticamos um hobby, nos libertamos das demandas do ego e permitimos a experiência de nos unirmos a uma força maior. Esse contato consciente muitas vezes nos dá a perspectiva necessária para resolver difíceis dilemas pessoais ou criativos.”
Quando eu atinjo o fluxo perfeito no meu passatempo… Nossa, parece mesmo que o tempo para. Todo aquele papo de correria deixa de existir, só tem eu e o desenho, ou o bordado, ou o patins. É mesmo uma experiência divina maravilhosa. E algo que estou sempre buscando recriar.
Uau, tem tanta gente nova por aqui! Sejam bem-vindes e podem ficar à vontade, tirar os sapatos e vir se ajeitar no meu sofá bege recém chegado. (Tô planejando fazer uma manta de crochê com quadradinhos da vovó, pra proteger o bege da sujeira e pra colori-lo.) A Cabelo-nuvem é uma newsletter de quadrinhos sobre as minhas aventuras da vida real, e às vezes pode vir também uma historinha de ficção, tudo sempre desenhado. Fica à vontade pra olhar as edições anteriores, navegar no meu site para mais histórias e me seguir no instagram para mais desenhos!
Se quer me conhecer em pouquinho tempo, eu tenho essa zine em que me apresento:
Abraços apertados na medida certa como um ponto de crochê, e se cuidem!
Jana, você nunca quis costurar seu próprio caderno? è o que eu fiz esse domingo <3