Hourly Comic Day!
Um quadrinho para cada hora do dia, um provérbio pernambucano e uma muriçoca recorrente
Esse é meu desafio de desenho favorito! Nunca participei de um inktober até o fim, nunca fiz um desafio de 365 dias de desenho, nem de 100 dias, muito menos um outro que propõe fazer uma história em quadrinhos de 24 páginas em 24 horas (deus me livre mas quem me dera). Quadrinistas do mundo inteiro participam do Hourly Comic Day (Dia de quadrinhos toda hora, em tradução livre minha) desenhando um quadrinho para cada hora que estão acordados no dia 1º de fevereiro. O desafio não é exatamente desenhar o seu dia, essa parte é mamão com açúcar, o desafio é viver o dia e desenhá-lo enquanto vive tudo isso e não sentir um grande desespero em desenhar mais do que viver e não ter o que desenhar. Ou viver e tentar extrair algum suco de entretenimento e preciosidade de um dia banal. Como uma grande fã do gênero slice of life (pedacinho da vida), como enquanto uma vivência do dia-a-dia como algo já precioso, não poderia não adorar esse desafio.
Eu tenho meus hourlies cativos que acompanho anualmente com minha carteirinha de fã, os da Lucy Knisley, a querida que me apresentou esse dia, da Vera Bee, que estava meio doida desmamando remédios, e da Lucie Bryon, sempre engraçada com a contação de histórias afinada (em inglês). Em português, a Ilustralu, sempre perfeita, desenhou gatinhos e amor e autoestima renovada e o pé do Beto Gomez tava passando frio no Canadá.
Desenhar um dia da sua vida é tirar uma fotografia de como você costuma levar sua rotina. Você se alimenta direitinho? Que pessoas aparecem na sua rotina? Qual é seu astral naquele dia? O dia não é a representação média do cotidiano, mas tem coisas ali que datam o que a gente tá vivendo. Dos anos que eu já fiz, tem ano que eu morava em Fortaleza, ou em Floripa, ou em Recife. Tem ano que eu me locomovi de carro, ou de bicicleta. Nos últimos dois anos, estava em home office e usava máscara para sair, dessa vez fui presencial, mas não estava mais usando máscara. Algumas coisas se repetem, e é satisfatório perceber a consistência de hábitos, a repetição de pequenos prazeres. A vilã recorrente da minha história é a muriçoca, numa dinastia cujo objetivo maior é infernizar a minha vida me submetendo a um coçar de pernas perene. Elas têm sido bem sucedidas em aparecer ano após após no meu Hourly Comic Day. É um privilégio para poucos.
Para ler os outros, tem tudinho aqui. Esse ano foi um dia meio baixo astral, mas sei que vai passar. Um dia não é igual ao outro. Tô ansiosa por saber como será meu 1º de fevereiro do ano que vem.
eu amei o provérbio pernambucano. passei mais um carnaval por lá <3
ameiamei<3